Safra gera otimismo em produtores para a Feira do Pêssego
Para quem gosta de pêssego e aproveitará a Expo/Feira para levar caixas da fruta para casa, a notícia é boa. Segundo os produtores, a safra de pêssego deste ano chegará a 300 toneladas, sendo que 60 % do total é do tipo Premier. Toda produção vem de 16 mil pés de pêssego, plantados em aproximadamente 40 hectares. A produção deste ano será maior do que a de 2008, quando foram colhidas 250 toneladas.
Cerca de oito toneladas de pêssego serão distribuídas gratuitamente na Expo São Miguel e Feira do Pêssego de Descanso, realizada em novembro no Parque de Exposições Rineu Gransotto. A informação é do secretário de Administração de Descanso, Paulo Lauxen. Ele destaca que devido ao atraso na colheita deste ano, algumas variedades poderão não ser disponibilizadas. "O Chimarrita deve ser oferecido em menor quantidade, mas o Premier já está garantido", comentou. A garantia da variedade Premier se deve porque é a fruta do cedo, sendo que sua floração acontece antes.
Os produtores de pêssego da região trabalham sem folga na colheita, que marca o pico de produção no início do mês de novembro. Nos pomares, o trabalho é intenso para colher a fruta, que tem período de vida útil curto. A colheita iniciou neste mês e se estenderá até dezembro. No momento, está sendo colhida a safra do Premier, seguidas de Chimarrita e Marli.
Por ser o maior produtor da região e com a maior área plantada o município de Descanso é conhecido como a "Terra do Pêssego". Há aproximadamente 18 anos os agricultores decidiram investir nessa atividade. Hoje o município conta com uma área de mais de 85 hectares disponíveis para o cultivo da fruta, porém, apenas 40 deles estão sendo ocupados. Dezoito produtores se dedicam ao cultivo do pêssego, destes, 11 participam da Associação Máster Frutas, que já existe há 10 anos. As frutas colhidas ficarão estocadas na Câmara Fria, localizada na área industrial do município.
Atualmente, com o apoio da Associação, os produtores comercializam sua produção para o município e regiões próximas. "Os pêssegos também são vendidos em Brasília, Goiânia, Paraná, Rio Grande do Sul e litoral catarinense", informou o presidente da Associação, Dirceu Nalin. Com relação ao preço de comercialização, Nalin enfatiza que tudo dependerá da variação de mercado. "É a lei da oferta e procura, até o momento a procura está maior do que a oferta, até pelo atraso na colheita", comentou.
Perdas não foram registradas
O produtor Luiz Carlos Nalin, residente na linha Pratinha, diz que há 22 anos trabalha com pêssegos. Há seis anos cultiva o seu próprio pomar e disse que não desistiu por ver na cultura do pêssego uma oportunidade de negócio. "Eu acho que a produção de pêssegos traz bons lucros. Eu vou ampliar meu pomar, com 100 ou 200 pés por ano", disse o produtor. Hoje, ele possui 1.100 pés produzindo e 300 novos, distribuídos em 2,5 hectares.
As variedades cultivadas pelo produtor são: Piti, Premier, Pampeana e Chimarrita. Além destes, Nalin há três anos desenvolve experiências com as variedades Charme e Nectarina. Conta que sua maior safra foi em 2008 quando colheu 16 toneladas. Neste ano, a perspectiva é colher em torno de 18 toneladas. Nalin destaca que até o momento não houve perdas, porém o clima não está colaborando. "O tempo atrapalha por causa das doenças e porque se dá muita chuva, a fruta perde um pouco do sabor", explica, acrescentando que mesmo assim o consumidor terá produtos de boa qualidade. De acordo com o produtor, para se ter uma boa colheita é preciso cuidado e investimento. "É necessário comprar equipamentos, maquinários e se dedicar aos cuidados necessários como a adubação correta. O ideal é tratar a planta antes da chuva para evitar doenças", alertou.
Com relação à Expo/Feira o produtor relata que como não foram registradas perdas, a expectativa é de uma excelente comercialização. "Estou otimista com a Feira do Pêssego, teremos a chance de mostrar nossos produtos, comercializá-los e demonstrar a quem ainda não conhece todo o nosso potencial", acrescentou.
Ângelo Pedretti, 62 anos, possui pomar há 14 anos. Residente na linha Barra do Herval o produtor comenta que uma das maiores dificuldades é o transporte até o local de comercialização. "É longe da cidade, então é difícil encontrar uma forma de levar até a Associação", informou. Mesmo com a dificuldade Pedretti ressalta que não desistirá da produção, assim como muitos fizeram. "No início foi difícil, agora da para sobreviver. Muitos produtores destruíram seus pomares na primeira dificuldade que encontraram", expõe. O produtor possui 400 pés distribuídos em um hectare de terra. Registra que sua maior safra foi em 2006 quando colheu 17 mil quilos. Este ano, o produtor acredita que colherá em média 10 toneladas, já que renovou o pomar deixando menos frutas nos pés.
O filho de Ângelo, Agenor Pedretti, reside e cultiva seu pomar em linha Bonita. Ele possui quatro hectares onde tem uma plantação de 1.600 pés, das variedades Premier e Chimarrita. Agenor destaca que a produção é viável pela renda gerada em cada hectare. Este ano, ele pretende colher 35 toneladas. "Essa deve ser minha maior safra", expõe animado o produtor. Ele coloca ainda que 90% da renda das famílias do interior vem da fruticultura. Pedretti disse que a expectativa para a Expo/Feira é uma das melhores possíveis. "Eu acredito que deve ser uma das maiores feiras já realizadas, já que é a primeira vez que a associação vai participar, e a festa será entre dois municípios", destaca.
Assistência técnica
O técnico agropecuário, Vilmar Milani, relata que o clima durante a produção e safra do pêssego pode comprometer a qualidade do produto e aumentar o custo de cuidados para o produtor, já que necessita de mais investimentos em tratamento. "Este ano o que mais tem se verificado é o aumento de custos para o produtor, a qualidade do produto não caiu, e o mais importante, até o momento não registramos perdas", afirma o técnico.
Milani lembra que o produto da região é diferenciado. "Nesta época, o clima favorece a entrada de nossos produtos no mercado, já que nenhuma outra região é produtora, pelo menos nesta época", destacou. "É importante salientar que o pêssego é um produto da agricultura familiar, valoriza a mão-de-obra familiar e ajuda a fixar as famílias no campo. Além disso, é uma renda boa", declarou.
Incentivo a fruticultura
O secretário da Administração de Descanso, Paulo Lauxen, informou que a partir do próximo ano a prefeitura dará ainda mais auxílio à fruticultura. Conforme Lauxen, duas questões estão em evidência. "Primeiro assistência técnica por meio de convênios com a Epagri ou outras instituições para dar todo o suporte técnico aos produtores. Em segundo, auxiliar na comercialização, melhorando a estrutura dos galpões onde se encontram as câmeras frias, e a articulação para ajudar na venda do produto", explicou.
O secretário enfatiza que na Feira será possível divulgar o potencial da fruticultura, especialmente no que tange a produção de pêssego. "Não temos duvida que com a Feira a divulgação será maior. Descanso que já é, no ponto de vista regional, o maior produtor de pêssego e uva da região se tornará ainda maior. Nosso interesse é fazer essa divulgação e aumentar o número de produtores e produção nos próximos anos", enfatizou Lauxen.
Para o prefeito, Sadi Inacio Bonamigo, é necessário que a Administração incentive a diversificação da produção para que os agricultores possam ampliar sua renda e melhorar a qualidade de vida. "Nós em Descanso além de fazermos isso, estamos incentivando os agricultores a também industrializarem seus próprios produtos para maior agregação de valor", concluiu.
Fonte: comunicacao@exposaomiguel.com.br